domingo, 30 de maio de 2010

Nayana BIC entrevista Umberto Eco internet e livro

Universidade Federal do Rio de Janeiro
Faculdade de Letras
Iniciação Científica
Orientador: Andrea Lombardi
Aluna: Nayana Montechiari

Internet e livro. Entrevista de Umberto Eco (por Nayana), ficha de leitura)

Ficha de Leitura – Umberto Eco em entrevista ao jornal La Stampa.

O escritor Umberto Eco, em entrevista ao Jornal La Stampa, revela que os verdadeiros inimigos do livro são os homens e não as novas tecnologias. Acredita que a “Internet ensina aos jovens a ler”, revelando assim seu ponto de vista acerca da leitura.

Eco define o livro como “um conjunto de folhas impressas (...) que se folheie facilmente e que tenha muitas cópias”, mas não arrisca a definir o e-book como um livro. Por ser uma nova ferramenta, o e-book ainda precisa permitir que as anotações durante uma leitura sejam feitas e mostrar-se capaz de guardar as informações como um livro impresso faz, mas a capacidade de armazenar diversos livros em um pequeno espaço revela-se tentadora.

Para utilizar a internet como uma possível biblioteca digital “precisa-se de uma grande cultura e uma grande astúcia”. Eco relaciona a internet e as bibliotecas, no modo de pesquisa realizada em cada uma delas, e acredita que para se fazer uma pesquisa de qualidade através da internet e de suas ferramentas de busca é necessária ao leitor uma base cultural, uma cultura literária maior, já que nas bibliotecas a pesquisa é mais acessível pelo modo como as obras são expostas, pelos volumes estarem ao alcance das mãos.

Ler um livro on-line, um manuscrito, um livro impresso, um e-book faz diferença quando se pensa no conteúdo do que se está lendo? Ler em voz alta, sozinho, em grupo, na tela do computador ou em um lugar calmo e confortável com o livro nas mãos modifica a “forma” de leitura. A leitura se modifica quando se modifica o modo ou os meios de sua realização?

Para Umberto Eco o livro impresso ainda é a melhor forma de se ler um romance. Partindo do pressuposto que é essencial escrever comentários, notas em um livro impresso, quando se realiza uma leitura aprofundada de um texto, deduz-se que o modo de leitura torna-se imprescindível para a aquisição da cultura literária. As novas tecnologias são vistas pelo autor como uma forma de liberdade de expressão e de imaginação, mas devem ser tratadas com cautela quando se fala em aquisição de cultura literária, exatamente pela quantidade, diversidade e qualidade de informações que estão disponíveis.

Eco, Umberto. Entrevistado por: Cesare Martinetti para La Stampa. 2009, 13 de maio.
http://www.lastampa.it/redazione/cmsSezioni/fieralibro/200905articoli/43661girata.asp (maio, 2010)


Rio de Janeiro, 13 de maio de 2010.

domingo, 23 de maio de 2010

Luana JIC Decamerão, um possível início da literatura italiana

Nome: Luana Ribeiro Monteiro DRE: 108061580 Prof°.: Andrea Lombardi.
Decamerão, um possível início da literatura italiana

O escritor argentino J. L. Borges, tem sustentado uma vez que o modelo da Divina Comédia, associado à cultura italiana, não rendeu o caráter alegre, divertido e irônico de sua tradição. No fundo a Comédia é uma verdadeira tragédia, quando há na literatura italiana outros textos (Borges fala de Orlando furioso, um texto divertido de 1500) que poderiam representar esta matriz assim alegre e divertida.
Decamerão quer dizer “dez jornadas” do grego deca que significa “dez”, e do final emeron, que significa “dia”, é uma coleção de cem novelas (contos) de Giovanni Boccaccio, logo no fim da peste que atinge Florença da primavera ao outono em 1348. Dez jovens para fugir da peste, refugiaram-se em um belo palácio onde permanecem por duas semanas. A cada dia, elegem um rei ou uma rainha que deve coordenar a narração das novelas, são dez a cada jornada. Estas novelas possuem como dispositivo a ironia, a descrição da realidade, o erotismo: o amor como sentimento humano e terreno que envolve a carne, capaz de acender as paixões mais sensuais.
Analizaremos a novela de Alibech (a décima da terceira jornada), em que uma menina procura a sua experiência mística no deserto e encontra o seu conhecimento bem mais que sensual. O monge, de fato, que se propõe de iniciá-la, sustenta que se deve rechaçar o diabo no inferno, com uma metáfora como estímulo ao ato sexual.
É claro que Decamerão quer ironizar e pôr à prova o leitor e estabelecer com ele um pacto: detectar a ironia no texto, uma total revirada da versão séria e literal.
Objetivo do Decamerão é desenvolver ao máximo o motto di spirito (a piada, o Witz, o chiste), a versão discursiva da ironia, ou seja, uma forma de leitura diferente da realidade.Trata-se de uma nova forma de falar, uma nova retórica ao serviço de um novo mundo - o primeiro capitalismo-, uma retórica dos comerciantes que precisam ser rápidos, irônicos, sarcásticos. E sobretudo, econômicos.

Bibliografia:
BOCCACCIO, Giovanni. Decameron, Milano, 1999.
BATTAGLIA RICCI, Lucia. Boccaccio.Roma: Salermo, 2000.
CAVALLO, G.e R. CHARTIER. Storia della lettura. Bari: Laterza, 1995.
CALVINO, Italo. Perchè leggere i classici. Milano: Mondadori, 1991.
LOMBARDI, Andrea. “Boccaccio e la creazione del lettore ingegnoso. Una lettura della novella VI, 1 del Decameron”. Em O italiano Falado e Escrito (org. Loredana d. S. Caprara e Letizia Zini Antunes). São Paulo: Humanitas, [1998] 1999,p.63-78.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

nome del bibliotecario Istituto di Cultura

Per cercare dei libri:

provate in Facoltà

provate all´Istituto Italiano di Cultura, Av Presidente Antonio Carlos 40 Rio

parlate là con Carlo Alberto Zaldini
orario:
9-14 16-19 da lunedì a giovedì
9-14 venerdì
8:30-11:30 sabato

tel.: 35344300 / 4333

Il sito su internet dell´Istituto ha un cataloogo on line dei libri

quinta-feira, 20 de maio de 2010

20 maggio messaggio sulla riunione del 18-5

Ciao!

sono appena riuscito a inserire i vostri nomi nel progetto di ricerca. Domani scadono i termini per correggere o inserire i ruiassunti (manca solo quello di Luana in portoghese). Ricordatevi di inserire la bibliografia o controllarla. Chiedete l´uso di strumenti elettronici (data show, uso del computer (con o senza internet) Il progetto di ricerca é intitolato, effettivamente: Viagem, Exílio, Migrações mi ero sbagliato io stesso (!!), perché avevo dato una disciplina di pós con un titolo diverso (mettendo in luce la lettura).
Nella nostra riunione (ottima, direi) di martedì 18 maggio, abbiamo stabilito:
1. Ognuno dovrà fare delle schede di lettura dei libri indispensabili per la ricerca. Direi che per la nuova riunione deve esserci perlomeno la scheda di un libro intero.
2. La prossima riunione sarà fatta l´8 giugno (martedì) alle 9. Se volete, potete organizzarvi anche per fare una riunione a casa mia, durante il week-end. L´altra riunione avverrà probabilmente il
6 luglio (martedì) 3. Ognuno fará una breve presentazione
a) del proprio tema (riducendo al massimo il riassunto)
b) delle problematiche del tema
c) solleverà dei problemi di carattere generale tutto questo con uno schema preparato in precedenza. Dobbiamo cominciare a simulare la presentazione delle comunicazioni.
Possiamo anche progettare una sessione della JIC con molti di voi insieme. Non so se è meglio, per avere un pubblico maggiore, ma forse è meglio per potere avere l´atmosfera giusta!
Ciao
Andrea

Progetto di ricerca: Viaggio, Esilio e Migrazioni


http://www.sigma-foco.scire.coppe.ufrj.br/UFRJ/SIGMA/projetos/consulta/relatorio.stm?app=PROJETOS&codigo=12812&buscas_cruzadas=ON

Código: 12812
Título: Viagem, Exílio e Migrações
Natureza: Pesquisa

Descrição:
O Projeto "Viagem, Exílio e Migrações" analisa textos ligados à literatura italiana e à literatura universal, a partir dos conceitos de viagem, exílio, migrações, buscando particicularmente focalizar a relação entre língua materna e língua de adoção, a presença e/ou recalque do próprio e/ou do estrangeiro, a noção de fronteira e de limite entre outros temas que envolvem movimentos de passagem no tempo e no espaço.
Período:
03/2005 a ___/____
Situação: Em Andamento Área Básica: 80200001 - LETRAS Local de Realização:
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Outras Informações:
O fulcro da análise deverá recair sempre sobre o texto e seu particular modo de representação, seja ele uma obra de arte (por exemplo a relação pintura/literatura), um evento histórico (por ex. a Shoah dentro da literatura de testemunho) ou a própria literatura enquanto singular objeto da realidade.




Linha de Pesquisa: Diálogos interculturais e inter-semióticos
Área de Concentração: Estudos literários neolatinos


Instâncias da Estrutura Acadêmica: Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas

Palavras chave:
Exílio, Morte, Viagem, literatura italiana, trauma, ut pictura poesis

Membros da equipe:
Caroline Machado Chrispino
Nayana Montechiari Crescenzio
Silvio de Oliveira Gomes
Alline Gonçalves do Nascimento
Daniela Gonzalez Alvarado
Luana Ribeiro Monteiro

scheda bibliografica (appunti)

1. Rif. Bibliografico:

COGNOME, nome abbreviato. “parte dell’opera” In Titolo dell’opera. Città: Casa editrice, data, pagine.

Es.:
SPITZER, L. “L’originalità della narazione ne ‘I Malavoglia’ In Giovanni Verga. I Malavoglia. Milano: Rizzoli, 1994, p. 5 33


Riassunto: 15-20 righe. Elementi importanti. Titolo (sottotitolo), divisione in capitoli/paragrafi/ elementi importanti su trama, nomi dei personaggi, epoca, stile (elementi significativi), narratore


Citazioni. Almeno 10 citazioni (o più), con indicazione bibliografica, “tra virgolette”.

Per ognuna delle 10 (o più) citazioni: aggiungere un commento personale (occorre mostrare del perché sono state scelte queste citazioni e non altre):
a) associazione libera di idee/ altri testi/ altri temi/ altri autori
b) temi eventualmente da sviluppare (con parentesi, frecce o altro)
c) eventualmente: commento completo

esempio. Analisi di un brano della Prefazione a I Malavoglia:
“Questo racconto è lo studio sincero e spassionato del come probabilmente devono nascere e svilupparsi nelle più umili condizioni le prime inquetudini pel benessere; e quale perturbazione deba arrecare in un afamigliuola, vissuta sino allora relativamente felice, la vga bramosía dell’ignoto, l’accorgrersi che non si sta bee, o che si potrebbe star meglio.”
VERGA, G. Prefazione In I Malavoglia, op. cit. , p. 107


Le osservazioni, rispetto alla citazione scelta, possono essere isolate, con frasi non compiute e rifinite, oppure con un testo completo. Naturalmente, occorre utilizzare il buon senso eequilibrare le risposte (testo rifinito e solo note)

Esempio (testo non rifinito)
1) [citazione 1] VERGA, G. I Malavoglia, op. cit. , p.” Questo racconto è lo studio sincero e spassionato”è commento il verbo è suona definitivo, si tratta di una definizione ontologica...

“lo studio sincero e spassionato” commento Si tratta dell’essenza del verismo/ naturalismo senza passione/ la sincerità è legame con le fotografie scattate da Verga (agli albori della fotografia, Walter Benjamin sulla fotogr.)

del come probabilmente lo scienziato propone con il “beneficio d’inventario”, cioè mette in discussione
devono nascere e svilupparsi è commento [basta solo una parola, in questo caso] scienza

nelle più umili condizioni è commento lo studio del livello zero, del proletariato (la trilogia dei vinti di Verga)

“le prime inquetudini pel benessere” commento è il benessere considerato come aspetto negativo
perturbazione commento elemento negativo
debba arrecare in una famigliuola commento diminutivo affettivo (antiquato)

relativamente felice commento il progresso e l’infelicità
la vaga bramosía dell’ignoto commento un tono da religione del positivismo (ma contro lo sviluppo)
l’accorgersi che non si sta bene, o che si potrebbe star meglio commento è un’espressione bonaria e personale

terça-feira, 18 de maio de 2010

Luana Ribeiro Monteiro Il Decameron, un inizio possibile della letteratura italiana

Nome: Luana Ribeiro Monteiro DRE: 108061580 4°livello Prof°.: Andrea Lombardi

Il Decameron, un inizio possibile della letteratura italiana

Lo scrittore argentino J. L. Borges, ha sostenuto che il modello della Divina Commedia, associato alla cultura italiana, non rendeva il carattere allegro, giocoso e ironico degli italiani. In fondo si tratta di una vera e propria tragedia, quando ci sono nella letteratura italiana altri testi (Borges parla del Orlando furioso, un testo giocoso del 1500) che potrebbero rappresentare questa matrice così allegra e giocosa.
Il Decameron vuol dire “dieci giornate” dal Greco deca che significa “dieci”, e dal termine emeron, che significa “giorno”, è una raccolta di cento novelle da Giovanni Boccaccio subito dopo la fine della peste che colpì Firenze dalla primavera all’autunno 1348.
Dieci giovani per sfuggire della peste, si rifugiano in un bel palazzo dove restano per due settimane. Ogni giorno, eleggono un re o una regina che deve raccontare delle novelle, sono dieci ogni giornata. Queste novelle avevano come dispositivo l’ironia, la descrizione della realtà, e l’erotismo: l´amore come sentimento umano e terreno coinvolge la carne, capace di accendere le passioni più sensuali.
Faremo l’esame della novella di Alibech (la decima della terza giornata), in cui una ragazza cerca la sua esperienza mistica nel deserto ed incontra la sua conoscenza più che sensuale. Il monaco, infatti, che si propone di iniziarla, sostiene che si deve ricacciare il diavolo nell’inferno, con una metafora spinta dell´atto sessuale.
È chiaro che il Decameron vuole prendere in giro e mettere alla prova il lettore e stabilire con lui un patto: riconoscere l’ironia, cioè il rovesciamento della versione seria.
L’obiettivo del Decameron è sviluppare al massimo il motto di spirito, la versione discorsiva dell’ironia, cioè, una forma di lettura diferente della realtà. Si tratta di una nuova forma di parlare, una nuova retorica al servizio di un nuovo mondo. Quello dei commercianti – il primo capitalismo - che hanno bisogno di essere rapidi, anche ironici e sarcastici.

Bibliografia:
BOCCACCIO, Giovanni. Decameron, Milano, 1999
BATTAGLIA RICCI, Lucia. Boccaccio. Roma: Salermo, 2000
CAVALLO, G. e R. CHARTIER. Storia della lettura. Bari: Laterza, 1995
CALVINO, Italo. Perché leggere i classici. Milano: Mondadori, 1991
LOMBARDI, Andrea. “Boccaccio e la creazione del lettore ingegnoso. Una lettura della novella VI, 1 del Decameron". Em O Italiano Falado e Escrito (org. Loredana d. S. Caprara e Letizia Zini Antunes). São Paulo: Humanitas, [1998] 1999, p. 63-78

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Silvio Gomes Jic O escritor outsider pós-moderno e as vanguardas italianas do século XX: Uma análise possível de Lello Voce.

O escritor outsider pós-moderno e as vanguardas italianas do século XX: Uma análise possível de Lello Voce.

Silvio Gomes

Poeta, Escritor e Performer, Lello Voce é um dos novos poetas italianos, diretamente engajado, não unicamente na criação, mas também na animação de festivais de poesia contemporânea (Poetry Slam). Com um grupo de escritores e poetas de vanguarda, foi fundador do Gruppo '93, cujo nome foi inspirado por sua vez no mítico Gruppo '63, um movimento cultural decisivo na cena italiana da década de 1960 e do qual fizeram parte Umberto Eco, Nanni Balestrini, Edoardo Sanguineti, entre outros. Outsider da Literatura Italiana contemporânea - um dos seus livros intitula-se Heroína - fundou a revista Baldus, que deve seu nome ao poema renascentista em latim macarrônico escrito pelo monge Teófilo Folengo e que se tornou um símbolo de uma literatura irreverente, vanguardista e expressionista, segundo a avaliação do crítico italiano Gianfranco Contini. Baseado no poema Rap di fine secolo [e millennio] do livro Farfalle da Combattimento e na "Trilogia em um único volume" Il Cristo Elettrico, a análise visa enfatizar a relação com aspectos do próprio Gruppo '63 e da vanguarda histórica, o Futurismo. Conjuntamente, sempre que seja possível, analisaremos os caminhos seguidos pelo Pós-Modernismo, as experimentações no âmbito da literatura e de outras formas de expressão, a fluidez de identidades, o fascínio pelo diferente e paradoxal, o interesse pelo ex-cêntrico e a [im]possibilidade de estabelecer fronteiras territoriais em tempos de globalização - quando o mundo torna-se menor e as pessoas mais iguais - e do império midiático - quando há uma expansão (aparentemente) ilimitada da liberdade da rede mundial de computadores e da convergência de mídias.
Unidade: Faculdade de Letras - CLA
Área básica: Literaturas estrangeiras modernas
Apresentação: Oral
Autores: Silvio de Oliveira Gomes - Sem bolsa
Orientadores: Andrea Giuseppe Lombardi
Vinculo a projeto: Viagem, Exílio e Migrações
Palavra-chave: Literatura
Bibliografia:
ADORNO, Theodor. Indústria cultural e sociedade. Jorge Mattos Brito de Almeida (Org.). tradução Elisabeth Levy [et al.]. 5 ed., São Paulo: Paz e Terra, 2002
BAUMAN, Zygmunt. O mal-estar da pós-modernidade. tradução Mauro Gama, Cláudia Martinelli Gama. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998
_______________. A sociedade individualizada: vidas contadas e histórias vividas. tradução José Gradel. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2008
_______________. Tempos líquidos. tradução Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007
BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. tradução Sergio Paulo Rouanet. 7. ed., São Paulo: Brasiliense, 1994. (Obras escolhidas; v.1)
BERNARDINI, Aurora Fornoni (Org.). O Futurismo italiano. São Paulo: Perspectiva, 1980
EAGLETON, Terry. Teoria da Literatura: uma introdução. tradução Waltensir Dutra. 6 ed., São Paulo: Martins Fontes, 2006
HUTCHEON, Linda. Poética do pós-modernismo: história, teoria, ficção. tradução Ricardo Cruz. Rio de Janeiro: Imago, 1991
JAMESON, Fredric. Espaço e Imagem: teorias do pós-modernismo e outros ensaios de Fredric Jameson. Organização e tradução Ana Lúcia Almeida Gazolla. Rio de Janeiro: UFRJ, 1994________________. Pós-Modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. tradução Maria Elisa Cevasco. 2 ed., São Paulo: Ática, 2007
LIPOVETSKY, Gilles. Os tempos hipermodernos. tradução Mário Vilela. São Paulo: Barcarolla, 2004
MARSHALL, Berman. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. tradução Carlos Felipe Moisés, Ana Maria L. Ioriatti. São Paulo: Companhia das Letras, 2007
SAID, Edward W. Orientalismo: O Oriente como invenção do Ocidente. tradução Rosaura Eichenberg. São Paulo: Companhia das Letras, 2007

sábado, 15 de maio de 2010

Daniela: Jic Realismo e morte. Visão da vida terrena e do corpo


Realismo e morte: uma visão da relação da vida terrena e do corpo

Daniela Alvarado (106072802)



Segundo Philippe Áries há uma profunda mudança na contemplação da morte, exatamente na virada entre Idade Média e início da Renascença. Trata-se do momento em que na pintura (Giotto) e na literatura (Boccaccio) entra com força uma visão do novo realismo (Erich Auerbach). A formação do sujeito evolui junto à uma mudança na arte das sepulturas, o questionamento das crenças. A morte real (encontro dos três vivos e três mortos) torna-se elemento simbólico: moldura e inspiração de algumas obras na literatura e na pintura.
Há uma seqüência significativa entre o Juízo Universal (de Giotto na Capella dos Scrovegni em Pádua) e o afresco Il trionfo della morte (triunfo da morte) de Buonamico Buffalmacco, que apresenta diretamente a morte em três momentos em três caixões (um corpo logo depois da morte rígido e intacto, um outro inchado mostrando o inicio da decomposição do corpo exalando um odor desagradável com a presença de vermes e o ultimo corpo que já não tem mais a carne é apenas esqueleto) -, dentro do contexto de um grande quadro monumental (que se encontra no Cemitério de Pisa), de 1336-41. O aspecto mais significativo dessa intertextualidade é o papel que o tema da morte, inspirado no quadro de Buffalmacco, adquire no Decameron de Giovanni Boccaccio, em sua moldura: a descrição da terrível peste negra em Florença em 1348 como motivação para um enredo de novelas (contos) que um grupo de jovens resolve contar como entretenimento e afastamento do espetáculo da morte, material e psicológico. A descrição do impacto que a proximidade da morte causou na sociedade florentina da época, distorcendo idéias, hábitos e crenças anteriores dá a idéia da morte um valor prático, intertextual (ligação com as descrições da peste de Atenas de Tucídides – século V a.C - e de Paolo Diácono da peste em Milão - século XVI- e, finalmente, simbólico: a morte como limite da narrativa e início verdadeiro do Decameron.

Bibliografia
ARIES, Philippe. História da morte no Ocidente Rio de Janeiro: Zahar, 2001,
BOCCACCIO, Giovanni. Il Decameron. (org. Vittore Branca). Torino: Einaudi, 1992
AUERBACH Erich. Mímesis: a representação da realidade na literatura ocidental. (trad. G. Sperber). São Paulo: Perspectiva, 1976
BATTAGLIA RICCI, Lucia. Ragionare nel giardino : Boccaccio e i cicli pittorici del Trionfo della morte. Roma : Salerno, 2000

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Alline e Carol: Umberto Eco e a interpretação infinita

Texto JIC 2010
Umberto Eco e a interpretação infinita
Alline Gonçalves do Nascimento
DRE
e Caroline Machado
DRE

Orientador.: Prof. Dr. Andrea G. Lombardi



O objetivo deste trabalho é analisar o conceito de abertura presente na Obra de Umberto Eco “Opera aperta”, que foi escrita em 1962 e influenciou o panorama cultural da Itália.
A obra trata das relações existentes entre a poética contemporânea e a pluralidade de significados com base na Teoria da Formatividade de Luigi Pareyson, que entende a obra como um objeto em contínuo processo de construção mesmo antes de tomar forma, pois existe no processo interpretativo por parte do autor. Sendo assim a obra de Pareyson é influenciada pela Hemenêutica Romantica de forma que esta entende a totalidade do leitor no ato da interpretação.
Umberto Eco constrói o conceito de abertura da obra, segundo o qual amplia as possibilidades semânticas a fim de proporcionar ao seu público formas indetermináveis, mas não ilimitadas de interpretações, ou seja, as múltiplas perspectivas e possibilidades presentes no ambiente de recepção se articulam à obra voltando a dar vida à mesma.
A obra de arte é rica em possibilidades de significados que convivem dentro de um significante, visando esta ambigüidade como um valor contemporâneo presente em ideais de informalidade, casualidade e indeterminação dos resultados segundo uma determinada perspectiva individual, a do leitor, o autor estabelece a dialética entre “forma” e “abertura”, de maneira que a interpretação não está mas vinculada ao autor.
A idéia da autonomia da intenção do autor na leitura de sua escrita é presente também em Roland Barthes ao abordar o tema em suas obras, “A Morte do Autor” e “Da Obra ao Texto”. Nesse sentido o dialogo entre Barthes e Eco se dá pelo fato de que o texto para ser lido é preciso estar desvinculado da intencionalidade de quem o escreve, garantindo assim a penetração na rede de relações do texto.
Eco exemplifica na composição da musica tradicional, a autonomia criativa que dá vida a mesma obra. No Klavierstuck XI, de Karlheinz Stockhausen o autor propõe uma série de combinações entre grupos de notas e através de uma montagem sequencial das frases musicais, da sucessão dos sons e sua intensidade nasce uma nova obra a partir das indicações do compositor conforme a sensibilidade do intérprete.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1- ECO, Umberto. I limiti dell'interpretazione. Editore: Bompiani, 1990 .
2- ___________. Opera aperta. Editore: Bompiani, 2000 .
3-___________. Obra aberta. Forma e indeterminação nas poéticas
contemporâneas, trad. de Giovanni Cutolo. Editora: Perspectiva, 2008.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Nayana Montechiari: Repensando a Leitura: Entre Literatura e Internet Nayana Montechiari

Universidade federal do Rio de Janeiro
Faculdade de Letras
Departamento de Letras Neolatinas
Repensando a Leitura: Entre Literatura e Internet

Aluna: Nayana Montechiari Crescencio,
bolsista de iniciação científica
DRE: 108061352


Orientador: Andrea G. Lombardi

Rio de Janeiro, RJ
Março, 2010.

O que há de específico no escrever? De que maneira ele distingue-se ...
do pintar, do digitar?

Villem Flusser

O tema tem por objetivo a discussão sobre o efeito das novas tecnologias (internet, e-books, bibliotecas digitais, blogs) na pesquisa e na aquisição da cultura literária. Pesquisamos textos com opiniões divergentes, criamos um diálogo através de entrevistas originais com pesquisadores da atualidade que se debruçam sobre o tema das novas mídias. O ciclo de entrevistas começou com o Prof. Raul Mordenti (Universidade de Roma II, Teoria Literária e Literatura Italiana), autor de L´Altra Critica, que participou da semana de Neolatinas na UFRJ em 2007, com uma conferência de abertura sobre o tema. Mapeamos e catalogamos sites de bibliotecas digitais a fim de compará-los e disponibilizá-los futuramente. Produzimos um site vinculado à Faculdade de Letras da UFRJ (www.italiano.letras.ufrj.br), para publicar todo material pesquisado e disponibilizar um espaço para aprofundar o debate. Pesquisadores e amantes da literatura têm assim à sua disposição novos mecanismos de pesquisa e aquisição de cultura literária. A literatura não apenas reflete o imaginário social, como também se modifica e se atualiza de acordo com a evolução e modernização da sociedade. Por outro lado, a escrita (Derrida) traz memórias de rupturas do passado e os elementos de sua materialidade devem ser analisados profundamente. Em princípio, parece que os livros digitalizados serão apenas uma nova forma de apresentar a literatura, sem que para isso o livro tenha que deixar de existir (Umberto Eco). Mas Marschall Mac Luhan e seus seguidores atribuem à tecnologia (a forma de apresentação do texto) a capacidade de influir de forma decisiva sobre o pensamento e a leitura. Portanto, o futuro da leitura está ligado a um debate sobre a própria forma de ler.


Bibliografia:




Mordenti, Raul. L’Altra Critica. Roma: Meltemi, 2007.

Borges, Jorge Luis. A biblioteca de Babel. In: Ficções. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
- http://www.alfredo-braga.pro.br/biblioteca (Maio, 2010)

Platão. Fedro. In: Diálogos. Volume V- Coleção Amazônica/série Farias Brito-Universidade Federal do Pará.

Derrida, Jacques. Gramatologia. Trad. Miriam Chnaiderman e Renato Janine Ribeiro. São Paulo: Perspectiva, 2006.

Jeanneney, Jean-Noël. Quando o Google desafia a Europa- em defesa de uma reação. Trad. Marcelo Jacques de Moraes. Rio de Janeiro: Contra Capa Livraria, 2006.

McLuhan, Herbert Marshall. Os meios de comunicação como extensões do homem (Understanding media). Trad. Décio Pignatari. São Paulo: Editora Cultrix, 1969.

Eco, Umberto; Carrière, Jean-Claude. Não contem com o fim dos livros (Non sperate di liberarvi dei libri) Rio de Janeiro: Editora Record, 2010.

Flusser, Vilén. A escrita:há futuro para a escrita? São Paulo: Editora Annablume, 2010.

inscrições JIC


Inscrições JIC 2010


Os temas (não são títulos!)
Nayana Montechiari: literatura II internet e literatura (Juliane Baena quer colaborar nesse tema?)
Silvio Gomes: lit. II As vanguardas históricas e as néo-vanguardas
Alline G. de Nascimento : literatura 1 Umberto Eco e os limites da interpretação
Maria Gabriela Lazzarotto: Lit II Emilio Villa, um autor ítalo-brasileiro?
Daniela Alvarado: morte e pintura no fim da Idade Média

Fátima (Maria Fátima) da PR2 Reitoria, 8º. andar, sala 807 B; tel.: 2598-1719 e 2598-9644
(ela sai para almoço às 11:30)